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Sabia que:

A Caiprinha é o único “cocktail” em decreto lei de um país?
        Art. 2o  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
        Brasília, 3 de janeiro de 2002; 181o da Independência e 114o da República.


A História da Caipirinha, a legítima Caipirinha de lima, açúcar e cachaça, confunde-se com a própria história da cachaça. Esta por sua vez remonta não só ao Brasil. Já havia registros da produção de cachaça em manuscritos de Sá de Miranda (1491 a 1558), em Portugal. Pode-se dizer, pelo menos, que a tecnologia para a fabricação da cachaça já existia. Se avançarmos um pouco no tempo, por volta do século XVI, com a introdução da cultura da cana-de-açúcar no Brasil Colonial, poderemos entender melhor essa mistura.
É evidente também que o gelo na Caipirinha só surgiu com o avanço da tecnologia, muitos séculos depois. Avançando mais ainda no tempo, as expressões modernistas do início do século XX, começavam a insurgir-se contra o poderio cultural da Europa, e começaram a difundir artes e culinária genuinamente produzidas no Brasil. Vários escritores como Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Monteiro Lobato retratam a caipirinha nas suas obras. Conta-se que Tarsila do Amaral, na década de 20, organizava grandes feijoadas em Paris e conseguia o feijão em mercadinhos locais, mas a cachaça para a caipirinha ia do Brasil, rotulada como "produto de beleza" para passar pela alfândega francesa.
O assunto em questão, o cocktail Caipirinha viria a ser tratado com a devida seriedade, quando Derivan quis incluir a Caipirinha, como cocktail Oficial Internacional da IBA (International Bartenders Association). Os países que faziam parte da "International Board" dos cocktails, agora tinham um representante brasileiro e, em junho de 1993, na Conferência de Hamburgo que iria tratar da inserção de mais cocktails na lista oficial de 50 cocktails para votação na Convenção de Toronto, no Canadá em outubro do mesmo ano, e surgiu, claro, a proposta para incluir a Caipirinha na pauta para definição da receita oficial nestas Convenções, para se inserir um cocktail, deveriam equilibrar a receita e apurar o sabor, e, assim, definir a receita oficial e sua inserção na lista oficial da IBA através de votação.
Chegada a Convenção de Toronto. Apostos todos os integrantes da mesa julgadora com direito a voto, num total de 12. Jan Van Hagen, holandês, Presidente da mesa e da IBA, convocava todos para a votação dada como certa para Derivan. Foi um momento difícil. A Caipirinha como a conhecemos já era apreciada em países como Alemanha, França, Portugal, Estados Unidos e outros mais ainda, mas a comunidade dos países nórdicos, financiada por uma marca famosa de bebida, apresentou outra receita com vodka e abacaxi, designando como caipirinha também apesar de não ter a menor cultura para tal.
Sem esse apoio (pesado, por sinal), Derivan tratou de "engendrar" para saber o que havia acontecido de errado durante o coffee break da votação. Como poderiam conhecer sequer a palavra "Caipirinha", tão legitimamente brasileira, e ainda contrapor-se à origem do cocktail de forma a elaborar um "contra"? Em poucos minutos Derivan convenceu alguns eleitores a votar na brasileira, mas ainda não eram suficientes. Foi então que a estratégia de Cesar, o imperador Romano, começou a ser colocada em prática: dividi-los para governar. Os "nórdicos" foram colocados à mesa para votação, pelo Holandês Van Hagen, mas separadamente, enquanto Derivan convencia o filandês a dar seu voto de minerva em favor da Caipirinha Brasileira. Então, para surpresa dos adversários, a Caipirinha triunfou com um "golaço" do Derivan, que voltou prá casa como oficial da IBA em baixo do braço, já com a Caipirinha de cachaça, limão, açúcar e gelo incluída, e com uma segunda versão também reconhecida que dava a possibilidade de países que não tivessem o limão, usassem xaropes, sumo de limão, ou ainda desidratado.

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